Ainda não sei, quem vera, quem virá, ele voltará? Mala no sofá, porta aberta, despedida na certa. Ele vai, fica por uns tempos, mas volta, volta sim. Um dia nossa relação vai ser real, fraterna, mais afetiva, menos mórbida, psicótica. Sem aditivos na corrente sanguínea, nós não precisamos disso, definitivamente isso só nós mata aos poucos, acaba por sepultar uma relação que tem tudo pra ser maravilhosa. Quantas vezes tudo que eu queria era um pouco de paz, sabe aquela paz traquila, aquela vida sem medo, sem angústia no coração, sem dor que a gente não tem solução nem remédio. Já vi o fim do mundo tantas vezes, e na manhã seguinte tava tudo bem, a ferida que me sangrou me acostumou a ser mais forte, mais corajoso, mais justo, aquele infeliz passado, dolorido, só nós sabemos o quanto. Suas atitudes me afetaram muito, minha infância foi foda, foda pra caralho, mas naquela época remota eu se quer sabia o que acontecia comigo. Eu procurei um caminho intelectual, uma ajuda lúcida, nos livros, nas ideias daqueles professores que fumavam dentro da sala de aula, aqueles autores com as ideias mais revolucionárias, mais doidas, mais surreais, mas que pra mim caiam como uma luva, me identifiquei tanto com aquelas ideias passadas pro papel há cem, duzentos anos atrás, nascidas em outros continentes, em outras épocas, mas que me serviram muito bem. Como disse aquele autor com grafia difícil de ser escrita, o filósofo pessimista e machista, Schopenhauer o nome do infeliz, "sem livros eu ja teria sucumbido há tempos". Idem for me!
Devo dar graças por ainda estar comigo, pela chance de se redimir frente a seus erros, que nao foram poucos, nao foram brandos, que deixaram marcas, tatuadas pra sempre...
Mas nada do acontecido foi em vão, nada nos advém cedo ou tarde demais.
Que viva eternamente, eternamente...
Por Fabio Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário