Fico pensando no que estou me tornando, o que estou realizando, as experiências que estou acumulando, as lições que estou aprendendo, os corações que estou amando, tento conviver com os fatos passados maquinando na minha cabeça, o presente acontecendo assustadoramente na minha frente e o provável futuro que me aguarda. Já mudei tantas vezes, não sou nenhum pouco do jeito que eu era, como aqueles animais que para crescerem e desenvolverem abandonam suas velhas carapaças, só que junto com esse exoesqueleto, foram junto velhas ideias, costumes, comportamentos, condutas, medos, pensamentos, enfim. Suspiro fundo e questiono a mim mesmo se a vida que levo é genuína, honrada, gloriosa, digna, vida essa que é uma só, e não deve ser existida inconsequentemente. Freud dirá que estou demasiadamente neurótico, que seja. Não consigo de deixar essa maldição de ser um ser pensante, o único ser vivo que questiona sua própria existência. Sartre com sua constatação, "o homem condenado a ser livre", condenado porque não escolheu vir a esse mundo, e livre porque tem inúmeras possibilidades de existir. Tantos caminhos tortos, tantos elogios à loucura, e eu aqui, tendo que me haver com todo esse caos de alternativas.
Por Fabio Silva
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