terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O que nós temos para o jantar?

O que eu to fazendo aqui, nessa vida medíocre? Ou, fala pra vc, no fim das contas é vc com vc mesmo. Foda-se sua mãe, seu pai, seu irmão, sua namorada, seus amigos, nada disso importa. No fim das contas sobra sempre vc contigo mesmo. Pra que fugir, se o medo vai mais junto com vc? Pra que deixar pra depois, se o quanto antes melhor?
Claro que essa merda poderia ser melhor, e será. Não se morre por doença, câncer, tumor, ou algum vírus, se morre por falta de amor, carinho, afeto, atenção, morre-se cada vez mais por desgosto, falta de sentido na vida, por falta de esperança ( a alma também adoece e precisa de auxilio). A cada abraço negado, a cada beijo não dado, a cada aperto de mão postergado se morre mais um pouco. E pior do que isso, um abraço fraco e fingido, um beijo sem vontade e sem paixão, um aperto de mão sem força e vigor, tudo isso é ainda pior. No fim do dia vc sempre tem que prestar contas a si mesmo, alguns dirão que no fim da vida também. O que importa de verdade não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. Todo homem é finito por sua natureza, mas por suas atitudes e por suas idéias ele pode se tornar imortal.


Tenho tanto há lhe perguntar. Tanta coisa que eu gostaria de saber sobre você. Ciúmes do passado que me escondes, do presente em que não estou com você, e do futuro que me excluis. Ciúmes de quando você se vestiu lindamente e não foi para mim ( que seja, talvez o melhor momento seja quando você estiver se despindo somente para mim). Ciúmes das bocas que te beijam, dos braços que te acalentam, do vento que toca sua pele e esvoaça seus cabelos, das palavras que te encantam e não são as minhas, das pessoas que lhe agradam e que não são iguais a mim. Como eu sou egoísta, não?! É como o maldito Nietzsche afirma, o homem que ama é como um dragão que guarda e protege um tesouro, ele o quer somente pra si, deseja privar o mundo inteiro daquele bem tão precioso, criatura tão egoísta, tão egoísta. Anseia protege-lo, admira-lo, usufruí-lo, para seu bel prazer. E quando não alcança seu objetivo se angustia, se frustra, se entristece. Já lhe disse isso antes meu velho, aquele que pregava tanto a liberdade entre um casal, agora sofre com aplicação na pratica de suas palavras. Que seja, não me arrependo do que disse, e não penso o contrario de antes. Não tenho todas as respostas, por enquanto.


Enquanto eles se enfraquecem, eu me fortaleço. Enquanto eles se decompõem em partes menores até desaparecerem, eu me reconstruo a cada dia, peça por peça, afim de me aperfeiçoar cada vez mais. O fim do desenvolvimento não é o começo da decadência, não para mim.

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